terça-feira, maio 13, 2008

O meu testamento

Se tivesse que deixar esta Terra hoje, e me fosse solicitada uma palavra, como última palavra que afirma o nosso ideal, diria a vocês - certa de ser compreendida no sentido mais exato -: "Sejam uma Família".
Há entre vocês quem sofra de provações espirituais ou morais? Compreendam-nos como e mais do que uma mãe, iluminem-nos com a palavra e o exemplo. Não deixem que lhes falte, aliás, aumentem em volta deles, o calor da família.
Há entre vocês quem sofra fisicamente? Sejam eles os irmãos prediletos. Sofram com eles. Tentem compreender as suas dores até o fim. Façam que participem dos frutos da vida apostólica de vocês para que saibam que eles, mais do que outros, contribuiram para tanto.
Há quem esteja à beira da morte? Imaginem-se no lugar deles e façam o que gostariam que lhes fosse feito até o último instante.
Há alguém feliz por um sucesso ou pro um motivo qualquer? Fiquem felizes com ele, para que a sua consolação nã se contriste, nem se tranque o espírito, mas a alegria seja de todos.
Há alguém de partida? Não o deixem ir sem lhe ter preenchido o coração com uma única herança: o sentido da família, para que o leve aonde for.
Não anteponham jamais ao espírito de família com os irmãos com quem vivem qualquer atividade de qualquer gênero, nem espiritual, nem apostólica.
E aonde quer que forem para levar o ideal de Cristo, para expandir a imensa família da Obra de Maria, não farão coisa melhor do que procurar criar com discrição, com prudência, mas com determinação, o espírito de família. É um espírito humilde, quer o bem dos outros, não se envaidece..., é, enfim, a caridade verdadeira, completa.
Em resumo, se eu tivesse que partir de vocês, deixaria na prática que Jesus em mim repetisse: "Amai-vos reciprocamente... a fim de que todos sejam um".

Chiara Lubich
Ideal e Luz, Cidade Nova

Nenhum comentário: